O Imposto de Renda progressivo possui grande impacto na vida financeira de milhões de pessoas e está em constante revisão para buscar maior justiça tributária. Com as novas regras, é fundamental compreender quem se encaixa na isenção, quem paga menos e quem arca com valores mais elevados. Neste guia, você descobre como funciona esse modelo, aprende a calcular o imposto devido, identifica erros comuns e encontra dicas para otimizar sua declaração.
O que é o Imposto de Renda progressivo?
O imposto de renda progressivo é calculado seguindo o princípio da capacidade contributiva. Na prática, isso significa que quanto maior a renda, maior a porcentagem do imposto a ser paga. O cálculo é feito conforme faixas de renda estabelecidas pelo governo, onde cada faixa recebe uma alíquota específica, e apenas a parcela da renda que excede cada nível é tributada com o percentual correspondente.
Dessa forma, pessoas com renda menor podem alcançar a isenção total, enquanto quem ganha mais contribui proporcionalmente mais para o sistema.
Como funcionam as faixas e alíquotas para 2025?
Em 2025, o modelo do IR segue a lógica da tabela progressiva:
| Base de cálculo mensal (R$) | Alíquota (%) | Dedução (R$) |
|---|---|---|
| Até 2.259,20 | 0 | – |
| 2.259,21 até 2.826,65 | 7,5 | 169,44 |
| 2.826,66 até 3.751,05 | 15 | 381,44 |
| 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5 | 662,77 |
| Acima de 4.664,68 | 27,5 | 896,00 |
Existe também um desconto simplificado de R$ 564,80, o que facilita a isenção para quem ganha até R$ 2.824. Quem tem direito a deduções maiores pode optar pelo modelo tradicional. É importante destacar que essas faixas podem ser alteradas em 2026, dependendo da aprovação das novas regras em análise no Congresso.
Atualizações na legislação para 2026
A proposta aprovada na Câmara projeta as seguintes mudanças:
- Isenção para quem ganha até R$ 5.000 por mês, ampliando o benefício para milhões de brasileiros.
- Desconto progressivo para rendimentos entre R$ 5.001 e R$ 7.350.
- Acima de R$ 7.350, a tributação segue a tabela normal, sem desconto adicional.

Entenda como calcular o imposto devido
Passo a passo do cálculo
- Calcule a renda tributável: subtraia INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), dependentes, educação, saúde e demais deduções permitidas da sua renda bruta.
- Verifique em qual faixa cada parcela da sua renda se encaixa.
- Sobre o valor de cada faixa, aplique a respectiva alíquota e deduza o valor indicado na tabela, se aplicável.
- Some o imposto de cada faixa para saber o total devido.
Exemplo prático de cálculo
Para uma base tributável de R$ 6.000 (cálculo de 2025):
- Primeira faixa (até R$ 2.259,20): isento
- Segunda faixa (R$ 2.259,21 a R$ 2.826,65): 7,5% sobre R$ 567,45 = R$ 42,56
- Terceira faixa (R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05): 15% sobre R$ 924,40 = R$ 138,66
- Quarta faixa (R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68): 22,5% sobre R$ 913,63 = R$ 205,56
- Quinta faixa (acima de R$ 4.664,68): 27,5% sobre R$ 1.335,32 = R$ 367,20
Total: R$ 753,98 em imposto devido. Com as regras propostas para 2026, esse valor seria reduzido para R$ 417,85 nessa faixa, evidenciando o impacto das mudanças.
Quem está isento e quem paga mais?
Em 2025, a isenção é válida para quem recebe até R$ 2.824 mensais. Com a aprovação das novas regras, esse teto pode ser elevado para R$ 5.000 em 2026. Quem possui rendimentos acima das faixas de desconto progressivo ou supera R$ 7.350 continuará com a tributação integral, incluindo a alíquota máxima para rendimentos mais altos.
Diferença entre Imposto de Renda progressivo e regressivo
No IR progressivo, o percentual de imposto aumenta conforme a renda cresce, visando maior justiça fiscal. Já no imposto regressivo, o percentual de imposto diminui conforme o tempo da aplicação, como ocorre em alguns títulos de previdência privada de longo prazo.
Deduções permitidas e limites no Imposto progressivo
- Dependentes
- Pensão alimentícia judicial
- Despesas com educação (limitadas por dependente anualmente)
- Despesas médicas (sem teto para saúde)
- Previdência oficial, privada e INSS
Erros comuns ao declarar imposto progressivo
- Deixar de lançar rendas de diferentes fontes.
- Não atualizar o valor de dependentes ou informar dados incompletos.
- Pedir dedução sem a comprovação documental adequada.
- Esquecer de conferir o informe de rendimentos recebido da empresa ou banco.
- Deixar de analisar se o modelo simplificado ou completo é o mais vantajoso.
Revisar cada campo antes do envio é fundamental para evitar a malha fina e possíveis problemas com a Receita Federal.
Dicas para pagar menos Imposto de Renda
- Conheça todas as deduções permitidas e utilize-as corretamente.
- Guarde comprovantes o ano inteiro, especialmente os de saúde e educação.
- Pondere sobre a previdência privada, que pode ser dedutível em declarações completas.
- Inclua todos os dependentes e aproveite os abatimentos legais.
- Avalie simular a declaração nos dois modelos antes de transmitir.
Acesse o site Zé Finanças para mais notícias sobre o Imposto de Renda.



